segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Cineclube

:)LUZ: Assim devemos encarar a atividade cineclubista, e quem me disse isso foi a atitude absolutamente performática das crianças do Pacoval correndo atrás do foco do projetor no meio da roda de carimbó, os olhinhos arregalados, os corpinhos franzinos e ágeis, tanta alegria, tanta alegria, ai que tanta alegria! Luz, minha gente, luz, formando imagem, me senti tão emocionada com as crianças e os velhos naquela vivência que foi buscar minha memória ancestral, que coisa mais bonita de se ver.

Segundo Luria (1981), é lógico encarar a percepção da luz como função dos elementos fotossensíveis da retina e dos neurônios altamente especializados do córtex visual a ele conectados, por isso afirmo:quer um trabalho de educação comunitária para a liberdade criativa? Então faça cineclube, a imagem projetada e a imagem sentida se entrelaçam nos cabelos da percepção, fazem milhões de trancinhas multicoloridas, mantêm a atividade intelectual ativa proporcionando emoções que impregnam os músculos, desenhando atitudes corporais, e o ato de representar essas emoções é cortical, é aprendizado emocional joga pro mundo liberta e transforma o ser cultural, façam arte com as crianças e projetem no cineclube.

O cineclube no Pacoval culminou com o fim da oficina do Rômulo, estavam todos felizes com seu instrumentinhos artesanais, tocando com o mestre Regatão, outros adultos orquestrando nos curimbós, nas maracas, os pais, as mães, os avós, foi para mim a cena mais bela de toda a vivência deste projeto, uma autêntica roda de carimbó, deixei naquele chão de terra algumas lágrimas, porque anteriormente temi aquele momento, mas ele foi tão leve e simples e belo que me emocionei.

E também houve o cineclube para o grupo mirim do Cruzeirinho, lá as crianças tinham outra postura, mais sentadinhas, mais em fila, “quem ficar sentado ganha pirulito” dizia confiante e sorridente a Sra. Amélia, mas também eram crianças alegres, e o carimbó com elas.

Na projeção defronte ao ponto de cultura, conseguimos fisgar alguns passantes, alguns moradores vizinhos, alguns dos participantes do projeto compareceram, nem todos ficaram até o final, mas quem viu seu trabalho no telão voltou pra casa cheio de orgulho, isso é muito positivo mas vamos torcendo para que não fique por aí.

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