segunda-feira, 5 de julho de 2010
Um videoteatro brota de dentro duma bolha de gente: temos pessoas líquidas!
Isto é um convite: Vumbora a-voar com o pássaro-máquina Resistência Marajoara.
É com os olhos ainda umedecidos que escrevo para dar a notícia do retorno de Soure, se é que que de fato eu voltei.
A ação de realização do videoteatro "dalcidiano" terminou com o fim da manhã de ontem, retornei a Belém, mas minha alma ficou sabe-se lá por onde, esqueci de trazê-la comigo.
Deve ter ficado caminhando com os campos, como disse Dalcídio " sem fim com a marcha das estrelas".
Há 3 anos, li isto pela primeira vez, há 3 anos procuro fazer algo disto, não podia segurar isto dentro de mim, o tempo me trouxe pessoas e situações
que fluíram com as águas, e agora que que aconteceu quero ficar quieta,mas também quero compartilhar, quero pensar que foi questão de merecendência, como dizem os velhos marajoaras.
Isto, que inicialmente apelidamos de "videoteatro dalcidiano", e agora é um pássaro que vai a-voar livre, nasceu de dentro duma
bolha de gente. A bolha que fluiu toda ancestralidade, coordialidade, alegrias e tristezas, conduzidas pelas mãos firmes de Rosilene Cordeiro e de um tal
de Carpinteiro louco, ela com Stanislavski, ele atuado com os bichos do fundo e a encantaria do cinema pobre pro Marajó.
E eu no meio disso... reafirmo: Só pode ser questão de merecendência!
Como eu imaginei sempre, o capítulo 34 do romance Marajó é profundo, obscuro, intenso e de uma rigidez sensivelmente indescritível, não fosse pela entrega e generosidade de toda a equipe, eu iria passar o resto de minha vida imaginando milhões
de outras coisas que não aquilo que presenciei.
A carga dramática do teor das palavras de Dalcídio Jurandir, foi aprofundada pela vivência que tivemos nestes últimos quatro dias
vividos um-a-um, num jogo de mãos, olhares, gestos, contrastes, cheiros, sonoridades e campos, e lagos, e praia, e caruanas e juventude.
Flores de juventudes. Juventude - batatarana.
Eu tentei agradecer, não consegui. Eu tentei fugir, desisti.
Agora só me resta a lembrança da toada ao fundo
"Mureruereua
Atin-nan-nan"
Isabela do Lago.
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sim senhora, sim senhor
ResponderExcluirquestão de merecendência à toda prosa e poesia também. Ave, caruana! Encantaria e tecnologia. Meu pássaro encantado, paresque, é o ibis rubra nosso conhecido guará. Que ave bafeje 'antão' vossos sonhos.
Senhora das águas nos afague e nos lance cada vez mais ao fundo, pq as coisas do fundo falam de grandes e inquestionáveis encantarias que por certo nunca poderemos descrever. Vale sempre a permanente e deliciosa companhia de um mergulho-vôo com os resistentes que apanhamos pelo caminho. Quase me afoguei de tanta beleza. Merda ao coletivo!
ResponderExcluirParabéns