sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A BARONIA DA ILHA GRANDE DE JOANNES CONTRA O CACICADO MARAJOARA.

Olá, mea brava gente
Me prestem um tico d'atenção:

Antigamente, o sábio Aristote [Aristóteles, 384 a.C – 322 a.C],
Aluno de Platão e mestre de Alexandre Magno
Ensinou, diz-que, que o homem é animal político...

Bonito pra tua cara, sumano; caboco ladino metido a besta!
Tiro e queda! O homem acertou no alvo em cheio:
Dona Escolástica, professora do rio Camutins; a senhora acredita?
Anajás e Arari paresque foi povo organizado há mil anos
Cacicado político: que nem no tempo do grego Aristote
Lá e cá gente era paresque xerimbado de aldeia
Vésperas da cidade antiga e medieval...
Nestas paragens a Missão ou o tal Diretório dos Índios
Como cão e gato; que nem vegetais domésticos pelo uso
Da panela
Mandioca utilíssima de cada dia ou trigo do pão nosso, por exemplo.

Mas porém, apesar da mundial domesticação
Digo, da civilização do bicho-homem nos quatro cantos do Planeta
O homem continua lobo do homem...
Ou onça, como diria um caboco expedito
Lobo mau coberto de lã de cordeirinho:
Quanto mais boazinha a encomenda, se prepare à porrada seu compadre!...

O sábio Alexandre Rodrigues Ferreira
Tão logo pôs os pés no grão Pará achou cabeça de índio degolada
Mandou a peça a Coimbra iniciando a “Viagem Philosophica” (1783-1792)
Classificou o bárbaro inimigo da Colonização
Com nome científico de Homo sapiens var. Tapuya...
Pelo menos a variedade do homem amazônida
Fazia diferença à aldeia global...

Paresque, um sub-Homem na escala zoológica aos olhos da Ciência
Mas porém homem, de qualquer maneira, sem deixar de ser bicho...
Menos mal que o conceito canônico do jurista Sepúlveda
A quem, diz-que, índio era bicho de parte inteira e não havia alma
Nem pra remédio da selvageria:
Não ria, dona Maria, é verdade...
O velho mundo descobriu a Evolução no novo continente:
Todavia índio sabia que, antigamente, os bichos foram gente...
Taí Charli Darvin [Charles Darwin] que não me deixa mentir.

Atestado de que a humanidade é filha da animalidade (Edgar Morin)
Plantas e bichos depois de padecer tremenda devastação e extinção
Para acumular Capital a poucos homens-bons donos da Terra
Diz-que por direito divino ou indústria do Tinhoso
Carecem de proteção para segurança da própria Humanidade.

Cada homem vive necessariamente num território,
Que defende com unhas e dentes, como qualquer bicho defende a toca
Ou procura conquistar custe o que custar.
O centro do espaço antrópico [terra dos homens] é a Cidade (pólis, em grego):
Lugar coletivo, compartilhado
Espaço de convivência com os outros
Passagem para o Interior e abertura ao mundo exterior
Da cidade se surdiram depois de milênios a ciência e arte Política
O homem nômade inventou a primitiva aldeia
Ficou sedentário: casa, remo e canoa (fortuna ribeirinha);
A evolução da aldeia virou cidade
Com esta última a Cidadania veio à baila
E a cidadania extrapola à cidade
Chega ela ao meio rural
Florestal e ribeirinho, por que não, meu irmão?
Zá Varella

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