31 de Maio de 2009
Assim foi a aula inicial: teatro para a juventude, e no que percebi, juventudes diversas, juventude plural e sabedoria ribeirinha, ainda que sob o peso da industrialização cultural.
Comecei a aula falando sobre meu último trabalho, tentando me fazer entender, tentando iniciar o que na realidade já havia sido iniciado. Tenho muito o que escrever sobre estas aulas, mas não aqui, escreverei somente pra mim, uma vez que, segundo Francisco tenho sido individualista no trabalho de minha oficina, mas posso aqui registrar que, minha oficina começou quando assisti a duas aulas da oficina dele e observei algumas coisas que me fizeram refletir melhor sobre a proposta que eu tinha elaborado anteriormente no silêncio noturno de meu lar, mudei quando conheci o ambiente e as pessoas que participam do projeto.
Este trabalho será norteado por exercícios de interação de grupo que tangenciam a base postural, a distribuição espacial, e a atenção em Inteligências múltiplas, uso para isto alguns autores do teatro como referência inicial, Constantin Stanislavski, Artaud (teatro da crueldade, como no Bonde Andando), e da Dança, o sensório-motor e bases espaciais do Rudolf Laban, pela fluência energética e percepção de si num todo, mas também não descartarei minhas experiências com as Artes Plásticas, já que pressupomos intérpretes-criadores ao trabalhar a comunicação estética visual da cena, o que muitas pessoas preferem chamar de cenotecnia, que direcionarei para o uso das máscaras e adereços.
Nesta semana fizemos três aulas, a maioria das pessoas permaneceram, foi bastante produtivo, o ritmo foi, depois de cada um encontrar seu eixo de apoio para um melhor equilíbrio, e ou consciência do equilíbrio do corpo no espaço e explorar as formas de atuação neste espaço, fizemos exercícios de respiração e as dinâmicas que envolvem atenção e inteligência múltiplas (a saber: visão, audição, tato, olfato e fluência gestual), isto considerando sempre os diálogos a cada início e fim de atividades, de acordo com as demandas delas, há alguma dificuldade na compreensão e apreensão de conteúdos, desvios de atenção, postura curvada que COSTUMA prejudicar a respiração,enfim, coisas de quem vive a juventude na adolescência e enfrenta os riscos e delícias da passagem da infância para a vida adulta, vivencia rotinas já socialmente impostas sem saber muito bem se é realmente aquilo que escolheu e neste sentido apreende valores e crenças que desvalorizam a autopercepção em detrimento de construções exteriores .
O teatro para a juventude no decorrer do projeto resistência marajoara, tomará corpo próprio num refazer-se fazendo, conhecer o próprio corpo e seus limites, inseguranças, potências, escolhas e traçar novos rumos, se continuarmos neste ritmo, assim seremos, como disse uma aluna “tenho coluna!”, e outra “no início me aborreci, tive raiva, eu não queria me movimentar, mas consegui me sentir livre ouvido melhor a música”.
Estou contente com as atividades desta semana e já ansiosa pela próxima.
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